Inovação em tracker gera economia de até 90% com terraplanagem

Terrenos acidentados são um desafio para a instalação de plantas solares

energia solar já ultrapassou 44 GW de potência instalada no país, 30 GW são da geração distribuída e mais de 14 GW são da geração centralizada, de acordo com a ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Fotovoltaica). A participação da fonte na matriz elétrica nacional é de 18,9%

Segundo o estudo Global Market Outlook For Solar Power 2022-2026, o Brasil pode se tornar um dos principais mercados globais nos próximos anos. Podendo  atingir 54 GW de capacidade total até 2026.  

Dentro desse cenário, os desafios e as oportunidades para as usinas solares de grande porte se tornam um assunto urgente e foi o tema central das discussões da última edição do Papo Solar, o podcast do Canal Solar. 

108º episódio contou com a participação de Juliana Santos, diretora técnica da Nextracker para a América Latina e Nelson Falcão, diretor sênior e business development da companhia. 

“A solar é a mais competitiva depois da hidrelétrica. Tem sol abundante no Brasil e ela é que vai ocupar, na verdade já está ocupando, o papel de gerar energia do crescimento de demanda”, comentou Falcão. 

“A hidrelétrica é aquela base, não vai mais aumentar, já alcançou o teto. E à medida que vai crescendo o consumo de energia no Brasil, quem vai atender esse consumo novo é a solar”, complementou.

Investimento em P&D

De olho nesse cenário, a Nextracker investiu em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) e criou uma solução para minimizar a terraplanagem, desenvolvendo o XTR que é um tracker que se adapta a variações de terreno. 

Juliana comentou que alguns dos desafios para usinas centralizadas são em relação à irregularidade dos terrenos e restrições sobre como fazer a movimentação de terra e seu descarte.

Foi pensando nesses pontos que a empresa desenvolveu a tecnologia, não interferindo no terreno, apenas instalando a planta solar. “Uma das barreiras tecnológicas vencidas pela Nextracker foi ter a capacidade de colocar um tracker de até 130 metros de comprimento acompanhando o relevo natural do terreno”, comenta a engenheira. 

Juliana ainda acrescentou, que com a tecnologia consegue-se eliminar de 80 a 90% a necessidade de terraplanagem de um terreno.

“Quando a gente fala de um terreno que seja bem acidentado, consegue-se eliminar de 80 a 90% a necessidade de terraplanagem”, apontou a engenheira.

Como ter um projeto financeiramente viável?

Outro ponto explorado no programa foi como ter um projeto com custo viável. Falcão salientou que há alguns pontos para se chegar a um equilíbrio: conexão, custo de energia e incerteza tributária.  

conexão diz respeito à incerteza sobre a quantidade de usinas que serão instaladas por conta dos cerca de 40 GW que serão construídos nos próximos anos.

Mais da metade da energia produzida no Brasil vem de fonte hidrelétrica e o custo é baixo, quando o volume dos reservatórios diminui, a energia fica mais cara e faz o governo pensar em outras alternativas e incentivos a outras fontes. Esse fator contribui para o preço da energia ser baixo.

“No fim de 2022 os níveis dos reservatórios estavam baixíssimos e o governo estava discutindo alguma forma de resolver isso. Até pensando em subsídios para acelerar a construção de plantas solares. Mas choveu e os níveis dos reservatórios aumentaram, então o preço da energia não teve aumento”, afirmou Falcão.

A incerteza tributária refere-se ao ambiente instável devido à reforma tributária e como ela poderá afetar o segmento de energia solar, não se sabe como ficará a equação dos impostos.

Juliana completa a lista falando sobre o baixo nível de maturidade no mercado solar: “Podemos dizer que o mercado fotovoltaico brasileiro está indo em direção ao seu décimo ano, mas a gente ainda tem um nível de imaturidade muito grande no mercado e daí quando você vai fazer o comparativo de LCOE, questões básicas não são consideradas.

Estes foram alguns dos assuntos abordados durante o programa, acesse o link e assista ao programa completo que também está disponível nas plataformas de áudio.


Fonte: Canal Solar
Autor: Viviane Lucio
Foto: Nextracker/Divulgação

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